sábado, 11 de setembro de 2010


Após passar alguns anos no inferno astral o apresentador Gugu Liberato parece ter tido uma semana das mais satisfatória dos últimos tempos com sua equipe na Rede Record. Afinal, o Programa do Gugu conquistou a vice-liderança no último domingo em São Paulo e, pela primeira vez, venceu o Domingão do Faustão durante a disputa entre os dois programas. Para completar o excelente desempenho dominical, a atração fechou na liderança no Rio de Janeiro.
Quem se lembra dos áureos tempos do apresentador no SBT quando, em meados da década de 90 ele conseguia constantes vitórias sobre a Rede Globo e chegou a estampar a capa da revista Veja com o título: "O Rei dos Domingos", sabe a importância de uma vitória do apresentador sobre a principal emissora do país na atualidade. Desde que trocou o SBT, onde não tinha mais o mesmo desempenho, mas ainda assim conquistava a vice-liderança, pela Record, Gugu não vinha conseguindo bons resultados. A noite, perdia invariavelmente para seu ex-patrão Sílvio Santos e também para o Pânico na TV, amargando uma posição incômoda de audiência. Ao trocar o programa para a tarde, novos problemas e derrotas seguidas para Eliana. Neste domingo, o programa perdeu para a loira do SBT quase o tempo todo, mas a virada - e liderança - a partir das 18 horas alavancaram o resultado final muito comemorado.
Porém, ao comparar - impossível não fazer isto - o conteúdo do Programa do Gugu que conquistou a liderança ao Domingo Legal nos anos 90 que passou quase 01 ano como líder absoluto de audiência aos domingos, nota-se grandes diferenças. Naquele período, Gugu era apresentador, comunicador nato e um dos maiores profissionais de televisão. A família tinha entretenimento dos mais variados, com quadros, apresentações artísticas, jogos entre famosos e também externas, quase sempre envolvendo pessoas famosas ou entretenimento interessante, como o excelente "Táxi do Gugu".
Atualmente, o apresentador transformou-se numa espécie de "monge do assistencialismo" e somente consegue audiência ao mostrar a desgraça humana. Sob a célebre desculpa de ajudar os necessitados, o Programa do Gugu passa horas mostrando histórias tristes de pessoas necessitadas e explora sem o menor senso de piedade a vida dessas pessoas, vomitando para um telespectador que também adora uma tragédia, histórias e histórias tristes. O pior é que tudo dramatizado, afinal, brasileiro adora uma novela.
Televisão não é e nem nunca foi Ministério de Assistência Social. O objetivo de um programa assim é entreter o telespectador e, convenhamos, que desgraça alheia não é entretenimento para ninguém. Conseguir a liderança através da exploração do sofrimento humano não deveria ser motivo de comemoração, mas de vergonha. E, podem esperar, neste domingo, o Programa do Gugu vai explorar mais um pouco o caso da menina que levou a faixa para a liderança. Esperem e chorem.

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