domingo, 28 de novembro de 2010

IMPRENSA INTERNACIONAL DESTACA CAOS NO RIO DE JANEIRO

A invasão das forças de segurança às favelas do Complexo do Alemão na manhã deste domingo do Complexo do Alemão ganhou grande repercussão na imprensa internacional. Logo na capa do portal, o jornal The New York Times estampou uma chamada para a ocupação nas favelas cariocas. A reportagem, que traz o título “Multidão de policiais do Rio no abrigo da quadrilha”,afirma que a invasão de cerca de 2,6 mil homens é “um esforço para aumentar a segurança à frente dos Jogos Olímpicos de 2016″. A reportagem cita declaração do comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, de que a polícia procuraria traficantes em todas as casas e do Alemão.
Em outro artigo intitulado “Polícia do Rio começa a invadir esconderijo de quadrilha”, o jornal americano traz a declaração de Duarte que anuncia a “vitória” da operação e que a resistência dos bandidos havia sido menor do que o esperado.
Ainda nos Estados Unidos, a rede CNN diz em seu site diz que “as autoridades fazem uma varredura completa do complexo de favelas do Alemão”. Na capa do informativo sobre a América Latina, a publicação mostra a movimentação de um blindado e de policiais no Alemão.
O jornal argentino Clarin também registrou a invasão das tropas militares ao Complexo do Alemão. A publicação argentina traz que “após o ultimato dado aos traficantes de drogas a se render, a polícia lançou uma operação sem precedentes nas favelas cariocas”.
Inglaterra
O site do serviço de notícias britânico BBC, foi outro que noticiou a ocupação, destacando o esforço das autoridades brasileiras para que a operação deixe a cidade mais segura, visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Um artigo na capa do portal traz que “limpar a área dos traficantes fortemente armados é uma tarefa complexa em uma área de alta densidade populacional (…) As autoridades podem estar vencendo essa batalha contra os traficantes, mas eles ainda têm que ganhar a guerra”.
França
O francês Libération também traz grande matéria sobre a ocupação nas favelas. A reportagem destaca a grandiosidade da operação, que reuniu mais de 2,6 mil homens – da elite da polícia a fuzileiros navais – no Complexo do Alemão, onde vivem cerca de 400 mil pessoas. A matéria citou o coronel Mario Sergio Duarte, que afirmou: “Agora, é um trabalho de paciência. Vamos fazer buscas de casa em casa. Não haverá um só local que não será verificado”.
No Le Monde, a matéria “No Rio, ataque contra traficantes continua” ressalta o ineditismo da operação no País. Com muitas fotos, o artigo traz que “a polícia anunciou ter tomado o controle de um suposto bastião de traficantes de drogas em um complexo de favelas na zona norte do Rio de Janeiro. Mas a operação, em uma escala nunca vista no Rio, continua enquanto a polícia realiza uma busca nas casas da comunidade”.
Violência
Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer).
Cartas divulgadas pela imprensa na segunda-feira levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado.
Na terça, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal passaram a integrar as forças de segurança para combater a onda de violência.
Desde o início dos ataques, o governo do Estado transferiu 18 presidiários acusados de liderar a onda de ataques para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Os traficantes Marcinho VP, Elias Maluco e mais onze presidiários que estavam na penitenciária de Catanduvas foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.
Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Muitos traficantes fugiram para o Complexo do Alemão. O sábado foi marcado pelo cerco ao Complexo do Alemão. À tarde, venceu o prazo dado pela Polícia Militar para os traficantes se entregarem. Dentre os poucos que se apresentaram, está Diego Raimundo da Silva dos Santos, conhecido como Mister M, que foi convencido pela mãe e por pastores a se entregar. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do complexo.
Desde o início dos ataques, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

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