quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A ESTRÉIA DE SANSÃO E DALILA NA RECORD:

Estreou ontem na Rede Record a milionária produção que a emissora alardeou por praticamente um semestre. A segunda minissérie com história bíblica da rede – a primeira foi A História de Ester que foi ao ar no início de 2010 – e que causava muita expectativa nos executivos e também, por que não, por parte dos telespectadores que tinham interesse em conhecer o produto.
Uma obra dramática nunca pode ser completamente analisada por um único episódio, mas baseando-se no que se viu na TV ontem, a expectativa para uma boa produção são mínimas. Os mesmos equívocos vistos na minissérie anterior aliados a uma completa falta de roteiro que desse o mínimo interesse para alguém querer continuar acompanhando deram o tom de uma estréia muito menos do que morna.
A começar pela direção que, infelizmente, manteve-se tão amadora quanto na produção anterior. Diferentemente do que faz nas telenovelas em que a direção, as vezes, se destaca até mais do que a própria história, a Rede Record parece não acertar a mão nas minisséries. Uma direção aberta que permitiu improvisos demais e, principalmente, não se preocupou com os detalhes, além de deixar passar erros inaceitáveis acabou prejudicando muito o episódio. A cena da briga dos pais de Dalila foi constrangedora e a culpa foi da direção que não fez marcação do ambiente.
O desempenho do elenco foi apenas razoável. Se os principais personagens não chegaram a decepcionar, o elenco de apoio é muito fraco e atrapalha bastante na construção narrativa da história. Um produto dramático não pode ter apenas boas interpretações no elenco principal, se o restante for muito ruim, tudo estará perdido, como parece ser o caso. O grande destaque foi mesmo Mel Lisboa, pois ela soube compor uma Dalila bem diferente de sua personagem mais marcante, Anita, que tem características parecidas com a personagem atual. Méritos da atriz.
O roteiro, contudo, se desmanchava com o vento, tão fraco era. Não apenas a “livre adaptação” irritante que a Record insiste em dar a textos bíblicas, como apresentar Dalila como uma boa moça – ela não era – mas o que constrangeu mesmo foi o texto ruim. Diálogos superficiais e irreais, seqüências completamente sem sentidos e falta de capacidade dramática marcaram o texto nesta estreia que, de bom mesmo, teve apenas a fotografia, sempre muito boa em todos os produtos da emissora.
Sansão e Dalila, o produto dramático mais caro da TV brasileira, parece ter estreado mostrando que é possível jogar dinheiro pela janela ao produzir algo ruim.
Em tempo: O capítulo registrou média de 13 pontos, segundo dados prévios, ficando muito atrás da Globo que ficou com 26 pontos. O SBT marcou 09 no horário.

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