segunda-feira, 14 de março de 2011


Concessões públicas, as TVs têm certas obrigações constitucionais, uma delas, a de transmitir cultura. Talvez este seja um dos 357 motivos que provocam profunda exasperação quando o espectador sintoniza na CNT. Tente passar uma semana estudando a grade do canal em horários diferentes (falo da grade carioca). Você vai esbarrar em faixas loteadas da manhã à noite.
A programação é inaugurada diariamente com “O poder sobrenatural da fé”, cujo título é autoexplicativo. Em seguida, pode vir “Fala Baixada” (produção de terceiros) ou o trepidante “Vida e missão”. No início da madrugada, eles atacam com “1001 noites”. Mil e uma é só uma força de expressão: o televendas de joias e tapetes deve estar no ar há muito mais noites que isso.
São inúmeros os horários negociados, o que resulta na total falta de linha editorial e deixa evidente que o critério é o de um leilão, quem dá mais leva. Mas o mais revoltante é a saga “Smart quiz”, que arranca dinheiro dos incautos, todo mundo sabe, e nenhuma providência é tomada.
A cota de cultura deve ficar por conta das novelas “Acorrentada” (foto acima) e “Alma indomável”. Entre uma e outra imagem esverdeada — porque o sinal da CNT é horrível — o espectador pode saborear diálogos impressionantes de tramas dramáticas e tonitruantes.

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