domingo, 16 de maio de 2010

Divulgação/Band
Se na estreia “A Liga” pecou pelo excesso de “ideologização” — fez uma espécie de apologia da mendicância — o segundo programa foi mais jornalístico. No entanto, se perdeu ao explorar um tema surrado: os problemas da tríplice fronteira (Brasil/Argentina/Paraguai). Ou seja, caiu no jornalismo, mas derrapou num de seus maiores pecados que é a notícia velha.
Rafinha Bastos acompanhou a Polícia Federal numa operação de apreensão de contrabando. Se embrenhou numa mata, a edição foi ágil e o próprio Rafinha, idem. Ele é empenhado e acredita no que faz, qualidades inegáveis. Mas ainda precisa se livrar de uma enorme ingenuidade que o atrapalha. Um exemplo: quando os policiais detiveram um grupo de menores que transportava muamba de uma país ao outro, ele entrevistou os meninos sem duvidar de uma palavra das respostas.
Já Rosanne Mulholland tem de aprender a conter o entusiasmo. Sua entrevista com um contrabandista e traficante aparentemente bem profissional foi pontuada por “nooooossa!” e outras exclamações. O rapper Thaíde, entre todos, é o que mantém a distância mais profissional dos temas, não se deslumbra nem se compadece. O mesmo não se pode dizer de Débora Villalba, que acompanhou um grupo de prostitutas numa noite de trabalho. É que estar próximo de seu personagem não significa fazer parti pris.
Para ser justa, é preciso dizer que “A Liga” é bem-intencionado. Mas trata-se de um tipo de boa intenção aparentada daquela vontade mais colegial de mudar o mundo. Parece um programa feito por um grupo de estudantes com qualidade técnica de TV profissional. Por isso, ainda pode crescer.




SBT não tem cuidado com seus filmes:

As chamadas do SBT, colocadas no ar todo começo de ano anunciando a programação de cinema, na prática nem sempre se confirmam. Títulos geralmente muito bons. A Warner, por exemplo, é a sua principal fornecedora e uma das três mais importantes do mundo.
Mas o que se vê no ar, com enorme quantidade, ainda são filmes exibidos do ano passado e outros repetidos, não raras vezes em períodos muito curtos.
Um ou dois meses no máximo.
Só para lembrar alguns, “O Demolidor”, “O Especialista” e “Premonição” mais recentemente. “A Hora do Rush”, em todas as suas versões, também se enquadra no mesmo caso e quase todos da linha quebradeira, entenda-se Steven Seagal e Van Damme.
Não bastasse, como último e lamentável exemplo, na terça-feira passada tivemos “Robocop 2” na sessão “Cine Espetacular”.
Hoje, uma boa programação de filmes é indispensável para qualquer emissora que tem pretensões de se manter num razoável patamar de audiência e o SBT vem se mostrando, no mínimo, descuidado quanto a este aspecto.
Foi-se o tempo em que botava medo nas suas concorrentes.

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