quinta-feira, 21 de outubro de 2010



Em todas as profissões existem percalços que precisam ser superados pelos profissionais das respectivas áreas. Na TV não é diferente, os artistas estão a mercê de provar do saboroso sucesso e do mesmo modo e proporção podem vir a degustar do insosso fracasso. A vida é feita de altos e baixos. Com os famosos também é assim, acredite.
Desde que surgiu na década de 90 na CNT com o policialesco “Cadeia 190”, Ratinho já chamava a atenção de alguns executivos. Com seu jeito maluco e polêmico mesclado com pitados de mau-humor e irreverência, o apresentador conquistou seu espaço entre os telespectadores e o mercado publicitário.
Ainda na década de 90, migrou-se para a Record e passou a ancorar o “Ratinho Livre”, programa que rendia à emissora picos de 30 pontos atingindo a vice com facilidade e volta e meia incomodava a liderança da Globo. Não demorou muito pra Silvio Santos o levar para o SBT em meados de 1999, pra comandar o histórico “Programa do Ratinho”.
Entre 2000 e 2005, Ratinho atingiu seu auge, fez sucesso, incomodava o “Jornal Nacional” e as novelas das oito da Globo. O sucesso era tão grande que a cada dia o programa tinha seu tempo espichado. Era nítido que SBT com sua pegada popular tinha encontrado sua metade da laranja, Ratinho e SBT se completavam.
Mas, nem tudo foram flores, Carlos Massa provou do mal que assolou Celso Portiolli e Adriane Galisteu anos depois, a temida geladeira. Com estratégias equivocadas Silvio Santos limou Ratinho em seu auge, tirou-lhe da faixa nobre alegando que a emissora precisava se qualificar, não sabia que era este o perfil do SBT, e até hoje não sabe. Restou ao Ratinho a grade vespertina. Era visível que não daria certo, seu público não era aquele. Logo em seguida mais uma visita a geladeira da Anhanguera. Em 2008 voltou com os sem noções “Jornal da Massa” e “Você é o Jurado”, meses depois mais uma visita ao freezer do patrão.
Em maio de 2009, aceitou a única alternativa proposta por Silvio, a faixa vespertina. Voltou com uma edição sem pé nem cabeça do famoso “Programa do Ratinho”, edição que, não se sabe como, ainda permanece no ar.
Hoje Ratinho é sócio do SBT nas despesas de sua atração, além disso, é dono da Rede Massa, afiliada do canal no estado do Paraná e região. Ratinho virou empresário e deixou no freezer o apresentador.
Tudo bem que uma parcela da culpa é do Silvio, mas não só dele, Ratinho também teve seus erros. Pecou pelo comodismo e incapacidade de criação. Tornou-se tedioso e monótono, perdeu a graça e o brilho, deixou de ser o Ratinho, para permanecer como Carlos Massa, o empresário.
O atual “Programa do Ratinho”, que é exibido de segunda à sexta das 18h às 19h, passa por longe do famoso formato que o consagrou. Um programa chato, sem nexo, sem foco, que atira para todos os lados. O apresentador já não sabe mais o que fazer, é nítido sua tristeza no olhar. 
Falta coragem, força de vontade e determinação. Deixe o comodismo de lado, pois TV não é brinquedo para mostrar babaquices e esperar que o povo curta e aplauda. Ratinho precisa, urgentemente, se reciclar, talvez tentar encontrar no freezer do canal o espírito do apresentador que o povo gostava, deixando de lado o medo e partindo pro ataque. Não adianta, mexer aqui ou acolá, sendo que o alicerce será o mesmo. Devem, imediatamente, colocar em prática uma reformulação em todos os setores do programa, começando pelo emocional.
Dos vinte pontos do início da década, restaram míseros e broxantes quatro pontos, é vergonhoso, no mínimo. Que a mudança seja feita, ela é necessária. Acredite nisso Ratinho.
Pobre camundongo, depois de tantas idas a geladeira do SBT, perdeu a essência e a graça, desaprendeu a fazer a TV que seu público tanto gosta. Definitivamente, o queijo azedou

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